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Há algo profundamente mágico em uma aula bem conduzida — algo que vai além do conteúdo, do tempo marcado ou da rotina escolar. O verdadeiro encantamento da aula está na experiência ativa do aprender, na transformação silenciosa que ocorre quando o estudante se envolve, compreende, questiona e cria. A aula deixa de ser apenas uma transmissão de conteúdos e torna-se um convite à descoberta. A aula ativa é o espaço onde esse encantamento ganha forma. O professor, como um condutor atento, propõe trilhas de conhecimento que desafiam, instigam e despertam a curiosidade. Ele não entrega respostas prontas, mas desenha percursos — alguns mais largos, outros mais sinuosos — por onde o aluno poderá transitar com liberdade e intencionalidade. É nessa travessia que a aprendizagem se fortalece.
O estudante, por sua vez, é mais que um receptor. Ele é protagonista. À medida que percorre as trilhas propostas, apropria-se das informações, articula saberes, conecta experiências e constrói o seu próprio conhecimento. E é exatamente nesse ponto que a mágica acontece: quando o que foi aprendido se transforma em base para algo novo, quando o estudante ultrapassa o que lhe foi apresentado e começa a gerar conhecimento, a fazer perguntas, a enxergar além. Esse movimento — da escuta atenta à criação autônoma — é o que define a magia do aprender. E essa magia não é silenciosa: ela reverbera. Uma mente que se expande nunca mais volta ao seu estado original. A educação, quando vivida com encantamento e propósito, muda vidas. Abre horizontes antes invisíveis, possibilita escolhas mais conscientes, e sobretudo, inspira outras pessoas ao redor.
É por isso que o papel do professor vai muito além do ensino técnico. Ele é jardineiro de ideias, arquiteto de possibilidades e artista da motivação. Uma aula encantadora não depende de fórmulas mirabolantes, mas de intencionalidade, escuta ativa e sensibilidade para provocar a curiosidade e fomentar o desejo de aprender.
Em tempos de excesso de informações e distrações constantes, cultivar a magia da aula é um ato de resistência e esperança. Precisamos mais do que nunca de espaços educativos onde se sonha, se pensa criticamente e se acredita no poder da transformação.
Porque aprender, no fim das contas, é um encantamento contínuo — e ensinar, uma forma potente de acender estrelas no caminho dos outros.

Prof Dr Arceloni Neusa Volpato
CEO do ABRVedu Instituto de Educação e Inovação. Consultora da EST&G Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Presidente da ALAC Associação latino-americana de Ciências Tecnologia e Inovação. Contato com a autora: arceloni@gmail.com

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