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Este último final de semana foi alongado pelo dia de Corpus Christi, um feriado nacional que sempre cai em uma quinta-feira, e desta forma deixando muita gente feliz, pois sempre será um feriadão. Já se faz cultural no país, ao ter estas folgas prolongadas, as viagens aparecem. Aproveita-se o tempo para visitar os parentes, tirar uns dias para refletir em algum local distante de sua residência, ou mesmo o simples fato de pegar a estrada buscando novos ares. Isto faz com que nossas estradas recebam um fluxo maior de veículos, uma vez que no país, praticamente, só existe o transporte rodoviário de passageiros. E com o desejo viajante, vêm os perigos das estradas. Parece até um filme de terror, quando entramos em nosso veículo e começamos a nos deslocar, parece que estamos participando de um roteiro aterrorizante, dramático e assustador. Vamos sempre na certeza de que será um dia maravilhoso, o sol até ajuda, saímos felizes, conversando e de repente tudo muda, o sol começa a sumir, vem sobre o céu uma nuvem escura, uma garoa cai de forma furtiva até se transformar em uma chuva torrencial, embaçando ainda mais a visão. E sem aviso nenhum, um solavanco tremendo sacode nosso veículo, parece que o coração vai saltar pela boca. Mas foi somente um susto, era um buraco no pavimento que parecia rir de suas vítimas. Entretanto, a viagem prossegue, não tão mais feliz, pois a ansiedade e a incerteza começam a pairar. Nesta hora, a pouca luz natural se foi, o sol se pôs, dando lugar à noite escura. A tensão agora toma conta, podemos ver no motorista os músculos enrijecidos, os olhos esbugalhados na busca de um rastro de luz que o ajude a ver melhor o que esta pela frente, quando em uma curva, as pupilas se retraem repentinamente, ofuscadas pelo farol que teima em forçar uma ultrapassagem, vindo pela contramão, em seu encontro. Só escutam o barulho, e em milionésimos de segundo a escuridão toma conta da cena. Fim. Acabou o sonho, acabou a alegria de estar aproveitando a vida, pois esta se perdeu diante de um ato imprudente, irresponsável, tomado de forma consciente, como toda a ação de um monstro dos filmes de terror. Infelizmente, não igualzinho esta história, mas de forma semelhante, este foi o roteiro vivido por 11 famílias que tiveram seus entes queridos mortos neste feriado em nossas estradas catarinenses. Até quando seremos obrigados a participar deste macabro cinema real?

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