Educação e Saúde Mental: um olhar necessário no Setembro Amarelo

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Setembro é um mês marcado por uma campanha de extrema relevância social: o Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida. A cada ano, instituições, profissionais da saúde e da educação unem forças para ampliar o diálogo sobre saúde mental, um tema que ainda carrega estigmas, mas que precisa ser encarado com seriedade e empatia.
No contexto escolar, esse debate assume uma importância especial. A escola não é apenas um espaço de transmissão de conhecimento, mas também um local de convivência, formação de identidade e desenvolvimento socioemocional. Crianças, adolescentes e jovens passam boa parte do dia nesse ambiente, e muitas vezes os primeiros sinais de sofrimento psíquico podem ser percebidos ali, seja na queda do rendimento, no isolamento, em alterações de comportamento ou até mesmo em pedidos de ajuda disfarçados em atitudes.
Por isso, falar de saúde mental na educação é falar de cuidado. Professores, gestores e demais profissionais da área desempenham um papel essencial não só no ensino de conteúdos, mas também na escuta e no acolhimento. O educador, ao abrir espaço para o diálogo, pode contribuir para quebrar tabus, mostrar que pedir ajuda não é fraqueza e que todos têm direito de viver com dignidade e bem-estar.
A campanha Setembro Amarelo nos convida a enxergar a vida como prioridade. No ambiente escolar, algumas ações simples podem fazer diferença: rodas de conversa sobre emoções, palestras de sensibilização, projetos de escrita e arte que deem voz aos estudantes, além do fortalecimento da rede de apoio entre escola, família e serviços de saúde. Quando o aluno se sente ouvido e compreendido, aumenta a chance de desenvolver estratégias saudáveis para lidar com desafios e pressões.
No entanto, não podemos esquecer que os educadores também precisam de cuidado. A rotina intensa, as cobranças e os desafios cotidianos podem gerar esgotamento e adoecimento mental. Cuidar da saúde emocional de quem ensina é igualmente fundamental, pois um professor saudável tem mais condições de inspirar, apoiar e educar.
O Setembro Amarelo nos lembra que falar salva vidas. Mais do que um mês de reflexão, deve ser o ponto de partida para ações contínuas. A educação, nesse cenário, é um dos caminhos mais poderosos para promover saúde mental, fortalecer vínculos e construir uma sociedade que valorize a vida em todas as suas etapas.
Que possamos transformar a escola em um espaço de esperança, diálogo e acolhimento. Afinal, aprender e ensinar também significam cuidar: de si, do outro e do futuro.
Bruna Tesser Parizotto - Psicóloga – CRP 12/15463
Psicóloga, professora, palestrante e mestranda em Psicologia Clínica
Instagram: @brunaparizottopsicologa
Email: psicologa.brunatesser@gmail.com