Comunidade do bairro Guarujá, em Lages, protesta por justiça e cobra a expulsão de padre suspeito de abuso

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Na tarde de sábado (12), moradores do Bairro Guarujá, em Lages, realizaram uma manifestação pacífica no largo da Catedral, no Centro da cidade, para exigir justiça no caso de um padre suspeito de abusar sexualmente de um menino de 13 anos. O suposto crime teria ocorrido na casa paroquial da da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, onde o religioso exercia suas funções.
O caso tramita sob segredo de justiça, o que, somado ao silêncio das autoridades e da Igreja Católica, tem causado indignação e desconforto à família da vítima e à comunidade local. A falta de respostas oficiais impulsionou a realização do protesto, que buscou dar visibilidade ao caso e pressionar por providências urgentes.

Segundo Aline Dexheimer, uma das organizadoras do ato, a mobilização começou de forma espontânea após vizinhos e membros da comunidade se reunirem na casa da vítima. “É uma família humilde. Os advogados estão cuidando do caso, mas sentíamos que era preciso mais. Então surgiu a ideia de cobrar justiça publicamente”, explicou.
Durante o protesto, também vieram à tona outras denúncias. Franciele, mãe de uma jovem que teria sido abusada por um sobrinho do mesmo padre suspeito, ressaltou a longa e difícil jornada em busca de justiça. “Hoje ninguém mais vai falar do assunto comigo sem eu saber do que estou falando, porque estou há cinco anos lutando e munida de todo tipo de informação para que o pedófilo vá para a cadeia.” Segundo ela, mesmo pagando advogados e buscando apoio no Ministério Público, o acusado — sobrinho do padre — ainda não foi preso, o que, na visão dela, evidencia a proteção institucional e as falhas graves da legislação. “Essas crianças precisam de justiça, e é com protesto e mobilização que vamos fazer alguém olhar diferente para isso.”
A mãe também alertou sobre o silêncio imposto às vítimas por meio de ameaças e manipulações. “A culpa não é da vítima. A vítima é vítima. Ela está sendo agredida, independente da idade.” Ela relatou casos de crianças muito pequenas sendo ouvidas pelo Ministério Público e denunciou que muitas permanecem caladas por medo de represálias contra a família ou os animais de estimação. Encerrou sua fala dizendo que, mesmo sem garantias de justiça nos tribunais, confia na justiça divina: “Uma justiça eu tenho certeza que não vai falhar: a de Deus. E pela minha filha.”
Os manifestantes pedem não apenas a responsabilização penal do padre, como também sua imediata expulsão da Igreja. O vereador Janata Mendes e a vereadora Elaine participaram do ato, mas os organizadores lamentaram a ausência da Secretária de Assistência Social e da Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher e para o Idoso.
A prefeita Carmen Zanotto manifestou, por meio de suas redes sociais, apoio à família da vítima e à mobilização popular.

Os organizadores agradeceram a presença dos agentes da DIRETRAN, da Prefeitura Municipal de Lages e da Guarnição do 6º BPM de Lages, transmitindo segurança aos participantes da manifestação.
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