' ' : ' '

Cinco irmãos acolhidos pelo sistema de proteção terão, neste Natal, um recomeço definitivo: a formação de uma nova família. A adoção conjunta, sem separação — considerada atípica — foi confirmada por sentença recente da Vara da Infância e Juventude da comarca de Lages. O caso ganha destaque por preservar o vínculo entre os irmãos, algo raro em processos envolvendo grupos numerosos.
O casal adotante, que já tinha três filhos adultos, passou a somar oito crianças na família. Para acolher a nova realidade, mudou de casa, reorganizou a rotina e retomou um ambiente marcado por brinquedos e convivência intensa. Segundo os pais, a decisão foi rápida e segura: a intenção inicial era adotar dois filhos, mas a chegada dos cinco foi recebida com convicção e apoio dos filhos mais velhos, que participaram ativamente do acolhimento, inclusive na escolha simbólica dos nomes.
O processo foi resultado de uma busca extensa por pretendentes, envolvendo tentativas em Santa Catarina, outros estados e até fora do país, sem sucesso inicial. A virada ocorreu com a atuação da equipe do serviço social do Judiciário, que, após análise cuidadosa de perfis e articulação entre comarcas, identificou o casal com condições emocionais e estruturais para manter os irmãos juntos. Em 14 anos de atuação, a assistente social Lilian Hack Hellt afirmou ser a primeira adoção desse porte conduzida sem separação.
O juiz Ricardo Alexandre Fiúza, responsável pelo caso, destacou que a adoção de um grupo numeroso de irmãos exige compromisso e sensibilidade, ressaltando o impacto permanente da decisão na vida das crianças. Em 2024, a comarca de Lages encaminhou 10 crianças para adoção em quatro processos, incluindo dois envolvendo grupos de irmãos, reforçando a importância de iniciativas que priorizem a manutenção dos vínculos familiares.