Para além do colo que acolhe

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A imagem da mãe forte, incansável e sempre disponível ainda é muito presente em nossa cultura. E, apesar dos avanços nas conversas sobre saúde mental, a sobrecarga materna segue sendo um fardo muitas vezes invisível, mas imensamente real.
Ser mãe é viver um amor profundo e transformador, mas também é lidar com rotinas exaustivas, decisões solitárias e cobranças constantes. Muitas mães enfrentam jornadas triplas, noites maldormidas, uma sensação persistente de culpa e a ideia de que precisam dar conta de tudo, o tempo todo.
O que muitas vezes não se vê é que, por trás de cada lanche preparado às pressas, de cada roupa lavada, de cada preocupação silenciosa, há uma mulher atravessando seus próprios conflitos e batalhas internas. A maternidade exige, entrega, preenche, mas também esgota. E quando essa dedicação é vivida sem rede de apoio, sem reconhecimento e sem espaço para sentir, o risco de adoecimento emocional aumenta silenciosamente. É preciso enxergar a mãe para além da função que ela exerce: como pessoa, como alguém que também precisa ser sustentada.
É comum que, no meio dessa maratona silenciosa, as mães deixem de se ouvir. O cansaço não é apenas físico, é também emocional, mental, afetivo. Há dias em que o esgotamento é tanto que a sensibilidade se torna pele viva. E, ainda assim, elas seguem. Não porque têm superpoderes, mas porque sentem que não há outra opção.
Mas há. E precisa haver.
A saúde mental materna precisa ser prioridade. E isso começa quando damos permissão para que as mães não sejam perfeitas. Que sintam raiva, cansaço, frustração, e que possam falar sobre isso sem medo de julgamentos. Começa quando oferecemos escuta, apoio, parceria. Quando lembramos que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem.
Mães também precisam de colo. Também precisam ser cuidadas. E isso não é luxo, é necessidade. Uma mãe que está bem emocionalmente tem mais condições de cuidar com presença e leveza. Por isso, cuidar da saúde mental das mães é cuidar da infância, da família, da sociedade.
Neste Dia das Mães, que a homenagem vá além das flores. Que venha em forma de presença, de reconhecimento, de responsabilidade coletiva. Porque uma mãe em paz consigo mesma transforma o mundo ao seu redor.
A todas as mães que seguem, mesmo cansadas. Que cuidam, mesmo quando pouco se lembram de si. Que amam, mesmo sem serem vistas. Que este dia, e todos os outros, tragam o cuidado que vocês merecem. Vocês não precisam ser tudo. Vocês já são o suficiente.
Bruna Tesser Parizotto é psicóloga (CRP 12/15463), pós-graduada em Psicologia Organizacional e do Trabalho, especialista em Psicologia Hospitalar com ênfase em Cardiologia e mestranda em Psicologia Clínica. Atua como psicóloga e professora universitária.
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