Operação Mensageiro: prefeitos e ex-prefeitos de mais de 15 cidades de SC são investigados por corrupção

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A Operação Mensageiro, que investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos em Santa Catarina, entrou nesta terça-feira (19) na sua sexta fase. Deflagrada inicialmente em 6 de dezembro de 2022, a ação já mirou prefeitos, ex-prefeitos, empresários e servidores de diversas regiões do Estado.
As apurações conduzidas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) indicam indícios de fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O esquema estaria ligado a contratos de coleta e destinação de lixo, abastecimento de água e iluminação pública.
Sexta fase: empresários presos e buscas em ex-prefeitos
Nesta etapa, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra os ex-prefeitos de Braço do Norte e Rio do Sul. Além disso, três empresários foram presos por continuarem a atuar em práticas ilícitas já identificadas em fases anteriores.
Segundo o MPSC, o objetivo atual é aprofundar a coleta de provas relacionadas a contratos de resíduos sólidos em várias cidades catarinenses, investigando a participação de agentes públicos e privados em um esquema considerado estruturado.
As prefeituras envolvidas se manifestaram. Em Rio do Sul, a administração informou que os contratos investigados não pertencem à gestão atual. Já em Braço do Norte, o Executivo municipal afirmou que os documentos solicitados foram entregues e que as irregularidades estão relacionadas a administrações anteriores.
Histórico da Operação
Desde o início, a Operação Mensageiro já cumpriu 280 mandados de busca e apreensão e prendeu 42 pessoas preventivamente, entre elas 17 prefeitos em exercício.
1ª fase (dezembro/2022): 15 mandados de prisão preventiva e 108 de busca. Quatro prefeitos presos: Deyvisonn Souza (Pescaria Brava), Luiz Henrique Saliba (Papanduva), Antônio Rodrigues (Balneário Barra do Sul) e Marlon Neuber (Itapoá).
2ª fase (fevereiro/2023): quatro prisões preventivas e 14 buscas. Entre os detidos, os prefeitos Antônio Ceron (Lages) e Vicente Corrêa Costa (Capivari de Baixo).
3ª fase (fevereiro/2023): prendeu o então prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, e o vice, Caio Tokarski.
4ª fase (abril/2023): 18 prisões preventivas e 65 buscas. Foram detidos nove prefeitos, incluindo os de Corupá, Ibirama, Massaranduba e Guaramirim.
5ª fase (abril/2024): quatro prisões preventivas e 19 buscas. Entre os presos, o ex-prefeito de São João do Itaperiú, Clézio Fortunato, e o vice Jaime de Souza.
Contrapontos das Prefeituras
Rio do Sul: destacou que os contratos questionados foram assinados antes de 2025 e que não envolvem a atual gestão.
Braço do Norte: afirmou colaborar integralmente com as autoridades e reforçou o compromisso com a transparência.
Com a nova fase, a operação amplia o cerco sobre supostos esquemas de corrupção ligados ao setor de resíduos em Santa Catarina, mantendo sob investigação ex-gestores, prefeitos e empresários de diferentes regiões.